Mari-açú

Mari-açú: 
Mari-açú (desconheço o significado da etimologia do nome). Também é conhecida como ingpa-pau, Dops da floresta ou ingá preto de espinho.

OBSERVAÇÕES: 
Esta espécie ainda não foi identificada com precisão, sabemos que é do gênero Cassia e foi encontrada pelo amigo Luiz Carlos de Oliveira em Belo Horizonte –MG. É bem semelhante a Genuína (Cassia grandis) de origem amazônica.

Origem: 
Possivelmente seja nativa da floresta semidecidua (que perde as folhas no inverno) e do cerradão da região Sudeste e Centro Oeste do Brasil.

Características: 
Arvore de 5 a 10 metros de altura com um ou vários troncos de 10 a 30 cm de diâmetro. O tronco é cilíndrico, de cor castanho escuro com casca lisa e marcada por frisos ou saliências longitudinais e alguns espinhos ou acúleos pequenos. A folha é composta, pinada (com forma de pena), medindo 12 a 17 cmde comprimento com 9 a 12 pares de folíolos oblongos (mais longo que largo) medindo 2,5 a 3,5 cm de comprimento. As nervuras centrais e o dorso da folha é piloso (coberto de pequenos pelos). As flores possivelmente nascem em racemos (cachos) terminais assim como outras espécies do gênero. No inicio da primavera as folhas novas brontam exuberantes e com coloração de cerâmica envernizada. O fruto é uma vagem lenhosa de 20 a 30 cm de comprimento por 3 a 4 cm de diâmetro, o interior é seccionado em gomos com pompa preta muito doce com cheiro e sabor que lembra o jatobá.

Cultivo: 
Arvore de crescimento rápido que é resiste a geadas inferiores a - 2 grau, que vegeta bem em qualquer altitude. Aprecia solos com umidade constante, mais também é planta resistente a longos períodos de seca. O solo pode ser profundo, com pH neutro, de constituição arenosa ou argilosa (solo vermelho), porém deve ter boa fertilidade natural. A arvore inicia a frutificação a partir do 6 ou 7 ano após o plantio.

Mudas: 
As sementes são de cor creme, discóides e caracteristicamente marcadas e com um friso no meio. Depois de limpas da polpa e secas podem ser armazenadas por mais de 1 ano. Germinam em 40 a 70 dias se o substrato for rico em matéria orgânica e houver irrigação diária. As mudas devem ser formadas na sombra e atingem 40 cm com 6 a 7 meses após a germinação.

Plantio: 
Pode ser plantada a pleno sol e de preferência na cabeceira de nascentes ou nas beiras de rios. O espaçamento entre as covas é de 6 x 6; e suas dimensões devem ter 40 ou 50 cm de largura, altura e profundidade, misturando a terra solta com 500g de calcário e 1 kg de cinzas e 8 kg de matéria orgânica bem curtida, deixando curtir por 2 meses. A melhor época de plantio é de novembro a dezembro. Depois de plantada, irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época de seca.

Cuidados: 
Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. Quando a planta atingir 1 m de altura recomendo que o broto terminal seja apodado, assim a arvore formará um tronco ramificado e copa mais aberta e bonita. Adubar com composto orgânico pode ser 6 kg de matéria orgânica bem curtida + 30 g de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano.

Usos: 
Frutifica de março a setembro. Os frutos são duros, precisam ser quebrados com martelo. Mais o arilo que envolve as sementes pode ser consumido in-natura. As arvores pode ser cultivada como ornamental pela beleza da folhagem e não devem faltar em reflorestamentos de preservação permanente, pois seus frutos alimentam principalmente macacos.