terça-feira, 26 de março de 2019

Sapucaia




A Sapucaia é uma árvore decídua, muito ornamental e frutífera, caracterizada pela copa densa que muda de cor e pelos frutos curiosos repletos de saborosas castanhas. Sua altura geralmente é de 5 a 15 metros, mas pode atingir 50 metros na floresta. Suas folhas são elípticas, verdes, glabras, acuminadas, alternas, com margens onduladas e serrilhadas. No inverno perde as folhas, que rebrotam na primavera, concomitante à floração, formando um belo espetáculo com sua cor rosa chocolate. As flores são delicadas, belas, de cor branco-violáceas e com numerosos estames. O fruto é do tipo pixídio, duro, pesado, seco e deiscente, de forma esférica a alongada, com textura lenhosa e uma tampa que se abre quando maduro, liberando as sementes grandes e comestíveis. A maturação do fruto leva de 10 a 12 meses e atrai a fauna silvestre, principalmente ávidos macacos e morcegos, seus principais dispersores. No paisagismo a sapucaia ainda é pouco explorada, apesar do seu incontestável valor ornamental e ecológico. A cor primaveril da folhagem nova é realmente bela e sua copa arredondada e densa, fornece sombra fresca no verão. Como perde as folhas no inverno, permite a passagem de luz, revitalizando e aquecendo o jardim. Suas doces e deliciosas castanhas são mais um motivo para plantá-la em jardins residenciais, corporativos, sítios e parques. Elas substituem com vantagens a castanha-do-pará in natura ou em receitas.
NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: SAPUCAIA vem do tupi guarani e significa “ninho de um galinha” (uma espécie de ave amazônica), referindo-se ao formato do fruto e o posicionamento das sementes como ovos da ave referida. Também recebe o nome de Castanheira da Mata atlântica, Cumbuca de Macaco e Marmita.   

ORIGEM: Ocorre sempre próximo aos rios da floresta Atlântica do Rio de Janeiro a Bahia e em alguns ecossistemas da floresta Amazônia do estado da Amazônia e Pará, Brasil. 

CARACTERISTICAS: Arvore de grande porte que chega a atingir 15 a 30 m de altura, com copa globosa e densa de 8 a 16 m de diâmetro. O tronco é acinzentado com casca grossa e fissurada (com rugas e sulcos) no sentido vertical, medindo 40 a 100 cm de diâmetro. As folhas são simples, alternadas, decíduas (caem todas no fim do inverno) oblongas (mais longa que larga), cartáceas (como cartolina) e glabras (sem pelos). Na brotação adquirem coloração rosa avermelhado dando um lindo efeito ornamental na primavera. A lamina mede 8 a 16 cm de comprimento por 4 a 7 cm de largura, tem base arredondada e ápice apiculado (com ponta curta). As flores nascem em racemos ou cachos terminais e são andróginas (possuem 2 sexos separadamente na mesma flor), estas tem 5 pétalas côncavas (como barco) de cor roxo escuro ou avermelhada de 2,5 a 4,2 cm de comprimento. O fruto é um pixídio lenhoso de 12 a 20 cm de diâmetro com um opérculo ou tampa deiscente (que cai) e no interior existem 13 a 25 sementes marrons, angulosas, com casca dura estriada (com rugas).  

Dicas para cultivo: Pode ser cultivada em quase todo o Brasil, em climas tropicais e subtropicais, podendo resistir a geadas ocasionais de até – 2 ou 3 graus. Adapta-se a solos com boa fertilidade natural, arenosos, argilosos ou vermelhos que drenem bem a água e sejam profundos e ricos em matéria orgânica, com pH por volta de 5,2 a 6,5. É preciso plantas no mínimo 2 plantas para haver polinização cruzada e uma melhor produção; apesar de uma só planta produzir sozinha. Pode ser cultivada na beira de rios onde pode ocorrer inundações periódicas.

Mudas:As sementes são grandes com tegumento ou casca dura e por isso conservam o poder germinativo por mais de um ano se forem armazenadas em frascos escuros e guardadas em local seco e ventilado. As sementes precisam ser escarificadas (é só raspar a base com uma faca bem afiada) e ser deixadas 24 h na água para hidratação. Depois devem ser semeadas na vertical com a parte mais fina para cima, diretamente em sacos individuais (15 cm por 30 cm) contendo substrato feito de 50% de terra fértil e 50% matéria orgânica. A germinação se inicia com 60 a 120 dias e as mudas atingem 35 cm com 12 meses após a germinação. A frutificação inicia-se com 8 a 12 anos, dependendo do solo e tratos culturais.

Plantando: Pode ser plantado a pleno sol como em bosques com arvores grandes bem espaçadas. Espaçamento 8 a 10 m entre plantas. É bom fazer covas de 50 cm nas três dimensões e prepará-las com 2 meses de antecedência misturando aos 30 cm da terra inicial da cova 1kg de calcário, 1 kg de cinzas e cerca de 6 pás de matéria orgânica. A melhor época de plantio é de outubro a novembro. Após o plantio irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco, caso deseje que a arvore cresça ou caso prefira que produza uma copa arredondada, pode o broto terminal e após brotação, selecione e deixa 3 ou 4 galhos que produzirão uma copa mais baixa e aberta. Nos estágios iniciais a muda gosta de irrigação periódica que deve ser feita com 10 l de água a cada 15 dias (quando não chover) durante o primeiro ano. A adubação até o terceiro ano dever ser apenas com 500 g de composto orgânico bem curtido distribuído superficialmente. A partir do 3 ano adubar com (4 litros) de cama de frango + 50 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 7ª ano, depois manter a mesma quantidade de adubação.

Usos: Os frutos amadurecem de agosto a novembro. As sementes ou amêndoas precisam ser descascadas antes do consumo e tem sabor especial, alem de ser rica em proteína vegetal. A madeira é de excelente qualidade e outrora usada para muitos fins. Hoje a arvore está rara e seu corte deveria ser proibido. Para uso da madeira o plantio deveria ser incentivado pois com 10 anos a arvore já produz uma tora de 30 a 40 cm de diâmetro. Os pixídios podem ser colhidos e utilizados para fazer artesanatos.

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