sábado, 23 de março de 2019

Araçá catuba – 4 variedades




O: ARAÇÁ CATUBA vem do tupi guarani e significa “fruto que tem olhos” em alusão as sépalas persistentes que dão a aparência de olho no fruto. O adjetivo Catuba quer dizer “folha larga”. As diversas variedades do grupo recebem diversos nomes como: Araçá de folha larga, Araçá queimado, Araçá de ema, Araçá de moita, Araçá peludo, Araçá do campo e Araçá de barranco.

ORIGEM: As espécies do complexo ou grupo “Grandifolium” ocorrem em varias formações campestres, em bordas de mata, nos Cerrados e Pampas sulinos. Aparece na região centro oeste, sudeste e sul do Brasil. 

OBSERVAÇÕES: Segundo Landrum (2.005) algumas espécies distintas anteriormente passam a ser variedades do complexo Psidium grandifolium segundo ele alista: P. grandifolium var.grandifolium, P. grandifolium var. grandifolium, P. grandifolium var. heterophyllum, P. grandifolium var. parvifolium, P. grandifolium var. tenuinerve, P. grandifolium var. ternatifolium, P. grandifolium var.albidum e P. grandifolium var.incanescens. As espécies classificadas por Landrum como sinonímia são: Psidium cinereum var. angustifolium, P. incanescens, P. incanesens var. cinereum, P. cinereum var. brevipes, P. cinereum var. intermedium, P. incanescens var. parvifolium, P. incanescens var. rotundifolium,  P. cuneatum var. incanescens, P. riedelianum, P. eriophyllum, P. lanatum, P. apaense, P. paraguayense, P. psychrophyllum e P. yacaense.

CARACTERISTICAS: Suas inúmeras variedades comportam-se como arbusto de 50 a 1,40 cm de altura que apresenta grande desenvolvimento subterrâneo, formando xilopódios (semelhante a batatas) de 30 a 55 cm de comprimento por 10 a 25 cm de diâmetro. A parte aérea é composta de um ou mais ramos de 2 a 6 cm de diâmetro com casca lisa e descamante com coloração variando do creme ao cinza ou avermelhado a depender da época do ano. Os ramos jovens são tetrágonos (quadriláteros ou alados) e pubescentes (coberto de pelos finos) no ápice. As folhas são simples, cartáceas (como cartolina), ou coriaceas (textura rija) sendo quando novas levemente albo-tomentosas (com pelinhos prateados) no hipofilo (face dorsal), passando a ficar grisálidas (acinzentadas) e esparsas quando ficam mais maduras. O limbo (tecido foliar) pode ser obovado (forma de ovo invertido, com a parte larga voltada para o ápice) ou até espatuladas (com forma de espátula), com base cuneiforme (com forma de cunha) e ápice arredondado ou mucronado (que termina rapidamente com ponta dura), tendo as seguintes medidas: 3,5 a 7,5 cm de comprimento por 2,5 a 4,5 cm de largura. As flores são formadas de cálice (invólucro externo) com 5 lobos ou dentes que se rasgam na antese, ocasião em que medem 2 a 3 mm de comprimento e passam a ter forma côncava sobre o ovário. A corola (invólucro interno) é formada de 5 pétalas delgadas, brancas, obovadas (com a parte larga voltada para o ápice), medindo 08 a 1,4 cm de comprimento por 2 mm na base e 3 a 5 mm no ápice. O fruto é uma baga globosa ou piriforme, com as sépalas persistentes no ápice, e casca de textura lisa, rugosa ou pilosa com cores que podem variar do verde, creme, amarelo, cinzento ou ainda roxo a depender da variedade. O fruto mede: 2 a 4 cm de comprimento por 1,5 a 3,5 cm de largura e ter peso médio de 4 a 12 gramas.

DICAS DE CULTIVO: Pode ser cultivado facilmente devido à sua natureza rústica. Aprecia solo pouco fértil, de textura fraca, com rápida drenagem e com pH acido, entre 4,4 a 5,8. Os solos em que essa espécie ocorre são classificados como: neossolo (terra arenosa de quartzo), latossolo amarelo (terra vermelha com 50% de areia saibro), e argilossolo (terra argilosa comum nas cabeceiras de nascentes e picos de morros). É bastante resistente a secas, pois em seu habitat chove pouco, com uma media de 700 a 1.200 mm anuais. O clima é considerado subtropical ou semi-árido, com temperaturas medias de 18 a 26 graus, embora haja extremos com mínimas de até -5 graus no Rio Grande do Sul e máximas de até 45 graus em Goiás. Geralmente a umidade do ar é de 40 a 75% e varia em função da altitude que varia de 450 m a 1.100 m acima do nível do mar.

MUDAS: As sementes são de cor castanho claro e reniformes (com forma de rim). Estas devem ser semeadas em saquinhos individuais com altura mínima de 20 cm e largura 10 cm de largura, preenchidos com substrato feito de 40% de areia saibro, 40% de matéria orgânica bem curtida e 20% de terra vermelha de superfície. Uma dica para que a germinação ocorra mais depressa, é esquentar a água a 75 graus Cº e colocar as sementes de molho até a água esfriar, deixando por mais 24 horas para depois fazer a semeadura, colocando 3 sementes por saquinho. Dessa forma a germinação ocorrerá em 40 dias, enquanto que as sementes plantadas sem nenhum tratamento germinam em 75 a 100 dias. O canteiro da semeadura e as mudas devem ficar expostos ao sol pleno e ser irrigada uma vez por dia. O desenvolvimento das mudas é lento, atingindo 30 cm de altura com 7 a 9 meses após a germinação.

PLANTANDO: Deve ser plantada a pleno sol num espaçamento 3 x 3 m para todas as espécies apresentadas. O plantio no local definitivo deve ser feito no inicio da primavera de outubro a dezembro em covas ou em vasos de barro com 40 cm de diâmetro e 50 cm de altura preenchidos com o mesmo substrato usado na germinação. Após o plantio irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.

CULTIVANDO: Fazer apenas podas de formação do excesso das brotações que nascerem na base da planta. É importante capinar qualquer mato ou capim que possa sufocar ou competir em nutrientes com a planta. Adubar com composto orgânico, pode ser 1 pá cama de frango bem curtido + 20 gr de N-P-K 10-10-10 distribuindo esse material em sulcos de 5 cm de profundidade e 10 cm de largura, distanciados a 20 cm do caule da planta.

USOS: Frutifica nos meses de fevereiro a maio. Os frutos são consumidos in-natura, podendo ser usados para fazer vários doces deliciosos, sucos e sorvetes. Os arbustos podem ser cultivados em jardins residenciais e vasos grandes. As diversas variedades podem e devem fazer parte de projetos de revegetação do bioma do cerrado e dos pampas sulinos, pois seus frutos atraem e alimentam diversas espécies de pássaros e animais silvestres.

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