Ingá de gomo, Feijão bravo e Vagem rasgada ou GUARINGÁ

Nomenclatura e significado: GUARINGÁ vem do tupi guarani e quer dizer “fruta semelhante ao ingá”. Também chamado de também é chamado de ingá de gomo, feijão bravo e vagem rasgada (Pois se parte quando madura.

Origem: Espécie rara e presente na floresta semidecidual de altitude no município de Angatuba, estado de São Paulo, Brasil.

Observações: Descobrimos essa espécie por acaso em nossas expedições pela floresta semidecidua de altitude no bairro do matão em Angatuba – SP em novembro de 2.009. Nesse ano estamos empenhados na busca de varias espécies de Araticuns e na floresta encontramos 2 mudinhas muito semelhante a araticuns, daí trocemos para ser cultivada no Sitio Frutas Raras e em 2.014 tivemos a surpresa da floração e frutificação dessa magnífica e rara espécie!

Características: Arvoreta ou arbusto scandente (meio trepador) medindo 2 a 7 m de altura, com folhagem sempre verde e caule ramificado com casca lisa de cor castanho esverdeado, atingindo 2 a 8 cm de diâmetro. As folhas são alternadas, glabras em ambas as faces, subcoriáceas (rijas quase igual couro), sob pecíolo (haste ou suporte) subsésseis (muito curtas) de 3 a 5 mm de comprimento. A lamina foliar é oblonga (mais longa que larga) com 5 a 9 cm de comprimento por 1,5 a 2,5 cm de largura, com base cuneada (forma de cunha) e ápice acuminado (com ponta longa). As flores são vistosas, nascem em racemos (tipo de cacho) no ápice dos ramos, em corimbos (cacho em que as flores saem de pontos diferentes da mesma haste ou eixo) de 2 a 8 cm de comprimento, contendo de 4 a 12 flores caracterizadas por longos estames brancos de 4,5 a 6 cm de comprimento. Os frutos são do tipo cápsula carnosa deiscente (que se abre) mostrando sementes esverdeadas cobertas por arilo adocicado e esbranquiçado.

Dicas para cultivo: Planta subtropical, de lento crescimento, podendo ser cultivada em vários ambientes, principalmente em sub-bosques sombreados. Suporta temperaturas mínimas de até – 3º C no inverno, e temperaturas máximas de até 42º C. É natural de altitudes entre 500 a 680 m acima do nível do mar, preferindo os solos argilosos e vermelhos, ricos em matéria orgânica, bem drenados, com pH entre 4,5 a 5,8. Também suporta a seca por períodos longos e mantém a folhagem densa e verde por mais de 6 meses, mesmo sem chuva. Começa a frutificar com 5 a 6 anos após o plantio.

Mudas: As sementes são ovaladas de cor esverdeadas, medindo 8 a 10 mm de comprimento; têm comportamento recalcitrante em relação ao armazenamento, ou seja, perde o poder germinativo se não for plantada rapidamente. Devem ser semeadas em saquinhos individuais contendo o substrato composto de 40% de matéria orgânica, 20% de areia e 40% de terra de superfície. A germinação se inicia com 90 a 120 dias com índice de germinação em torno de 80 %. O crescimento das plantas é lento, atingindo 30 cm aos 8 a 10 meses de idade em local sombreado.

Plantando: Plantar no espaçamento de 4 x 4 m de distancia em local sombreado e 5 x 5 m em pleno sol. As covas devem ter 50 cm nas três dimensões e adubada com 6 pás de composto orgânico, 500 g de calcário e 500 g de cinzas, tomando o cuidado de misturar os componentes aos 20 cm da terra da superfície e o preparo deve ser feito 2 meses antes do plantio. A melhor época do plantio é em outubro a dezembro, sendo necessário fazer apenas uma irrigação de 10 l de água após o plantio, repetindo se faltar chuva nos primeiros 6 meses após o plantio. Para plantar no vaso (de 50 cm de altura por 40 cm de largura) deve ser usado a mesma mistura indicada para mudas acima, tomando o cuidado apenas de colocar uns 4 cm de pedra no fundo do vaso para ocorrer uma drenagem rápida.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. A adubação pode ser feita em setembro, com 2 pás de matéria orgânica, 500 g de cinza vegetal e 30 gramas de adubo N-P-K 10-10-10 distribuídos numa coroa a 30 cm do tronco com 10 cm de largura e 5 cm de profundidade, tomando o cuidado de incorporar tudo com a terra tirada da coroa.

Usos: Frutifica nos meses de junho a agosto. O arilo que envolve as sementes pode ser consumido in-natura chupando e jogando fora as sementes. As sementes também são comestíveis após fervidas e jogadas a primeira água e cozidas em seguida como feijão. A planta tem magnífica floração e pode ser cultivada como ornamental. Por ser espécie rara deve ser cultivada para sua preservação.