Acoará-tinga

Acoará-tinga: 
ACOARÁ-TINGA ou AQUARATINGA, vem do tupi guarani, mais a etimologia ou significado ainda não foi descoberto; estando decifrado apenas o adjetivo TINGA que quer dizer “branco” talvez em referencia aos frutos. Também recebe o nome de Babosa de Búzios ou Cordia da praia.

Origem: 
Ocorre ocasionalmente em florestas úmidas e nas matas de restinga do Brasil, desde o estado de Piauí até o nordeste do estado de São Paulo, Brasil.

Características: 
Arvoreta de copa densa e arredondada com tronco cilíndrico e na maioria das vezes bifurcado, com casca rugosa com coloração castanho acinzentada. A arvore atinge 3 a 6 m na natureza com tronco de 10 a 25 cm de diâmetro. As folhas são simples e glabras (sem pelos) em ambas as faces, o que a diferencia facilmente de outras espécies do gênero Cordia. A lamina foliar é cartácea (como cartolina) está fixada por pecíolo (haste ou suporte) de 1 a 1,8 cm de comprimento; e a lamina é oblongo lanceolada (mais longa que larga com forma de lança) com margem ondulada, medindo 8,5 a 22 cm de comprimento por 2,5 a 5,5 cm de largura; com base é aguda ou cuneada (forma de cunha) e o ápice é acuminado (com ponta que se afina gradativamente). As flores nascem em panículas terminais (cachos ramificados e compostos) com pedúnculo (haste ou suporte) de 8 a 13 cm. Cada flor mede 1,6 cm de comprimento por 5 mm de diâmetro quando aberta, formada de cálice (invólucro externo) puberulento (como se estivesse polvilhado de areia) e corola (invólucro interno) infundibuliforme (com forma de funil) de 4 a 6 cm de altura. Os frutos são bagas ovadas (forma de ovo) com base afunilada, de cor branca quando totalmente madura e coroada pelo cálice que tem cor esverdeada, com casca fina e glabra (sem pelos) e polpa gelatinosa e pegajosa envolvendo 1 semente meio cilíndrica de 1 cm de comprimento.

Dicas para cultivo: Arvore de crescimento rápido, com floração densa e magnífica e que atrai inúmeras espécies de beija-flores. Pode ser cultivada como ornamental e na arborização de urbana e de praças ou avenidas. Pode ser cultivada em todo o Brasil, em climas tropicais ou subtropicais, em qualquer altitude, pois adapta-se a qualquer tipo de solo, que drenem bem as águas da chuva ou até solos argilosos, sujeito a inundações na beira de rios. A planta também resiste a geadas de até – 1 grau e a secas de até 4 meses sem chuvas.

Mudas: As sementes cilíndricas meio afuniladas para a base, são ortodoxas (com casca dura) e podem ser armazenadas por 8 meses após o beneficiamento e limpeza. As sementes frescas germinam em 40 a 70 dias se semeadas em substrato rico em matéria orgânica e contendo pelo menos 25% de areia. As mudas atingem 35 cm com 6 a 7 meses de viveiro e apreciam ambiente ensolarado para formação. A frutificação inicia-se com 2 a 3 anos, dependendo do solo e tratos culturais.

Plantando: Pode ser plantado a pleno sol ou em reflorestamentos mistos para fornecer frutos que alimentam diversos pássaros. No pomar planta-se num espaçamento de 4 x 4 m ou 5 x 5 m, em covas de 50 cm nas três dimensões; adicionando aos 30 cm da superfície 6 pás de matéria orgânica bem curtida, 1 kg de cinzas, 500 g de calcário, misturar tudo e deixar curtir por 2 meses. O plantio deve ser feito em outubro a dezembro. Irrigar com 10 l de água por semana nos primeiros 2 meses, depois somente quando faltar chuva por mais de 1 mês. É importante cobrir a superfície da terra com capim seco ou serragem para manter a umidade. Pode ser cultivada em vasos grandes de 50 cm de altura por 30 a 40 cm de diâmetro, contendo o mesmo substrato indicado para formação das mudas.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco, caso deseje que a arvore cresça ou caso prefira que produza uma copa arredondada, pode o broto terminal quando a planta estiver com 2 m de altura e faça podas de modelagem. Adubar com composto orgânico, pode ser 3 pás de esterco bem curtida + 30 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano.

Usos: Frutifica nos meses de Dezembro a Maio. Os frutos maduros adquirem a coloração branca e a polpa é translúcida e gelatinosa, podendo ser consumida in natura, com sabor muito agradável, sendo descartada apenas a semente. Com os frutos se pode fazer ótima geléia pois são ricos em pectina; também devem dar um bom sorvete. As flores são grandes. Brancas e lindas, sendo também comestíveis. A árvore é muito pouco conhecida e cultivada, por isso recomendo que seja incluída em projetos de revegetação e em pomares caseiros ou em parques e praças publicas para fornecer alimento para a fauna em geral.