sábado, 23 de março de 2019

Araçá de folha marrom





O: ARAÇÁ CAMPESTRE E variedades, o nome indígena vem do tupi guarani e significa “Fruta que tem olhos” isso em ração das sépalas persistentes. Também é chamado de Araçá de Moita e Araçá do Campo.

ORIGEM: Espécie endêmica e muito rara, presente na zona dos Campos do estado de Santa Catarina, chegando aos cerrados do sul do estado de São Paulo.

Características: É um arbusto de 30 a 60 cm de altura com xilopódio subterrâneo (tipo de batata de armazenamento de água) com diversos ramos partindo da base, o caule velho é de cor acinzentada e os ramos novos são tetrágonos (com quinas arredondadas e com pelinhos esparsos. As folhas são simples, opostas, de consistência cartácea (semelhante a cartolina), obovadas (forma de ovo invertido), medindo 4,5 a 10 cm de comprimento por 2,8 a 5,4 cm de largura; com base cuneada (com forma de cunha) e ápice arredondado e mucronado (com pequeno bico). As flores são hermafroditas, reunidas em pedúnculos de 5 a 16 mm com dicásio (raios) unifloros ou trifloros com flores grandes de 1,7 cm na antese, com pétalas brancas e arredondadas, com numerosos estames (tubos masculinos) no centro. Os frutos são bagas suculentas de até 2 a 3,5 cm de comprimento por 1,5 a 2 cm de largura, de cor esverdeada mesmo quando madura, com polpa carnosa, e interior gelatinoso com muitas sementes.

Dicas para cultivo: É planta de crescimento lento, mais adapta-se a diversas condições climáticas, aparecendo na beira de estradas em solos arenosos, avermelhados ou amarelados. Pode ser cultivada desde 200 a 1.000 m de altitude em terrenos de consistência arenosa ou latossolos (terra vermelha ou amarelada) que tenha ótima drenagem da água das chuvas. É resistente a geadas com até 3 graus negativos e a secas de até 5 meses sem chuva. Pode ser cultivado em vasos e começa a frutificar com 2 a 3 anos.

Mudas: Suas sementes pequenas reniformes (formato de rim), de cor castanha e ortodoxas (com casca dura e que conservam poder germinativo por mais de 1 ano). Convém plantar 2 ou 3 sementes diretamente em saquinhos individuais contendo substrato feito de 50% de terra vermelha e 50% de matéria orgânica. Germinam de 40 a 100 dias e as mudas atingirem 15 cm de altura em 10 a 12 meses após a germinação. É melhor formar as mudas em pleno sol com irrigação dia sim dia não.

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol num espaçamento 2 ou 2 m; em covas que devem ter 50 cm de largura, profundidade e altura. Deve-se misturar com os 30 cm de solo fértil iniciais, 4 pás de areia saibro + 4 pás de esterco bem curtido, 300 g de calcário e 1 kg g de cinza de madeira. Deixar curtir por 2 meses e fazer o plantio entre outubro a dezembro. Depois é só irrigar 10 l de água após o plantio e uma vez por mês se não chover. Para plantar no vaso (de 50 cm de altura por 40 cm de largura) deve ser usado terra vermelha e a mesma mistura indicada acima, tomando o cuidado apenas de colocar uns 4 cm de pedra no fundo do vaso para ocorrer uma drenagem rápida.

Cultivando: A planta cresce lentamente e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se fazer capinas periódicas para que o mato não sufoque a planta. Não é preciso fazer podas nessa espécie. Adubar com composto orgânico, pode ser 1 pá de cama de frango + 20 g. de N-P-K 10-10-10 distribuídos em círculos à 5 cm de profundidade e distanciados 10 cm do caule.

Usos: Frutifica de novembro a fevereiro. Os frutos podem ser consumidos in natura e utilizados para fazer sucos refrescantes. As flores são produtoras de néctar e pólen para abelhas nativas. Esta espécie deve fazer parte de projetos de revegetação de áreas de cerrados campestres. É muito rara e precisa ser preservada.

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