Juquirioba ou Juá melancia

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: JUQUIRIOBA vem do tupi guarani, mais a etimologia e significado ainda não foi descoberto. Também recebe o nome de Juquiri, Juá cipó rajado, Juá melancia.

ORIGEM: Espécie rara e ocasional que aparecem com mais freqüência na restinga (mate beira mar) e na floresta semidecidual onde aparecer mais raramente. A planta está dispersa desde Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Brasil. Também ocorre na Argentina e no Paraguai.

OBSERVAÇÕES: CIPÓ COM ESPINHOS CURVOS QUE PARECIA SER UMA SOLANACEA. ESPÉCIE IDENTIFICADA ACIMA, CUJAS FOLHAS SÃO COMESTIVEIS APÓS RETIRADO OS ESPINHOS E REFOGADA. FRUTOS MADUROS DE COR AMARELA E RAJADA DE BRANCO, E APESAR DE TER CASCA RESISTENTE, TODO SEU CONTEUDO PODE SER SORVIDO DELICIOSAMENTE POIS TEM SABOR DE SUCO DE MARACUJÁ. 

Características: Planta trepadeira, perene, volúvel (que se enrola), sem gavinhas, mais providas de acúleos (espinhos triangulares) no caule e nas nervações centrais, glabra (sem pelos), com caule com nós distanciados de 1 a 5 cm, atingindo diâmetro de 1 a 4 cm, com casca verde escuro na juventude, tornando castanho acinzentado mais tarde. As folhas são alternas, compostas e pinadas (como pena) com raque ou ramo central medindo 10 a 20 cm de comprimento com 4 a 7 pares de folíolos sub-opostos que são membranáceos (textura delicada), medindo 3 a 6,5 cm de comprimento por 1 a 2,7 cm de largura, tendo base e ápice apiculados (com ponta curta). As flores nascem em panículas (cacho piramidal) terminais ou axilares, medindo 10 a 30 cm de comprimento e contendo 12 a 37 flores brancas. Cada flor esta fixada por pedicelo (haste ou suporte) de 1 a 2 cm de comprimento e a mesma tem cálice campanulado (como sino) esverdeado e corola formada de 5 pétalas de 1,8 a 2,4 cm de comprimento e de cor branca. O fruto é uma baga globosa que mede 2 a 4,5 cm de diâmetro com casca firme de 3 a 4 mm de espessura e rajada (amarelo e verde) quando madura, contendo polpa amarelo escura agridoce com inúmeras sementes de 3 mm de diâmetro. 

Dicas para cultivo: Trepadeira de crescimento rápido que pode ser cultivada tanto no sol como na sombra. A planta resiste a temperaturas de até -3 graus, sendo também são resistentes a secas. Vegeta bem em altitudes variando desde o nível do mar até 1.000 m. O solo deve ser profundo, úmido, acido, com constituição arenosa ou argilosa (solo vermelho ou amarelado). É preciso plantas no mínimo 2 plantas para uma melhor frutificação. É preciso fazer uma parreira na horizontal com arames (ou caibros cruzados) formando uma malha da 40 cm entre arames para sustentar a planta. As plantas iniciam a frutificação no 1ª ou 2ª ano após o plantio, dependendo das condições do solo.

Mudas: As sementes são pequenas, de cor clara e discóides, e após limpas sob peneira na água corrente e secas ao sol podem ser guardadas em frascos por mais de 1 ano. A germinação ocorre em 25 a 45 dias em qualquer tipo de substrato rico em matéria orgânica, poroso, deixado em ambiente sombreado. Convém semear duas sementes diretamente em embalagem individual, pois essa espécie desenvolve-se melhor assim. As mudas crescem rapidamente atingindo 40 cm com 6 a 7 meses de cultivo. É melhor plantar nos meses de outubro a dezembro, e depois irrigar quinzenalmente.

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol, bem como na sombra bosques com arvores grandes bem espaçadas, nesta situação demora um pouco mais para frutificar. Espaçamento entre plantas 3 x 3 m. A parreira deve ter 3 mourões de 2,20 m, distanciados a 3 m entre si, fincando 60 cm no chão de modo que a parreira fique com altura de 1,60 m. Sobre cada mourão fixar um caibro de 1,20 cm com 5 a 6 furos e passar arames para sustentar a planta. As covas dev em ter 50 cm  nas três dimensões e ser preparada adicionando 100g de calcário e 1 kg de cinzas e 7 a 9 pás de matéria orgânica bem curtida.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação e eliminar os brotos que nascerem na base do caule, manejando os ramos num tutor e continuar amarrando os ramos na parreira para não caírem. Depois de a planta ficar grande, deve-se fazer poda após a frutificação e eliminar o excesso de ramos formados. Adubar com composto orgânico, pode ser 2 pás cama de frango bem curtido + 30 gr de N-P-K 10-10-10 distribuídos em sulcos a 30 cm do caule, nos meses de setembro a novembro. Manter cobertura morta por volta do pé para manter a umidade.

Usos: Frutifica nos meses de fevereiro a novembro. Os frutos são muito bonitos e também agradáveis para o consumo in-natura, pois seu sabor tem gosto de suco de maracujá. As folhas jovens podem ser consumidas in-natura em saladas, sopas ou refogadas após retirada dos espinhos da nervura central. A polpa também serve para fazer doces e sucos. A planta pode ser cultivada como ornamental e precisa ser protegida, pois corre o risco de extinção na natureza.