NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: SIPUTÁ vem do tupi guarani e significa “Arvore que sobe se apoiando nas outras”. Também recebe o nome de Bacupari do Cerrado, Cascudo, Capicurú de arvore e Laranjeira do cerrado.
Origem: Originaria da floresta semidecidua de altitude, e dos cerradões com maior altitude, aparecendo também na restinga e em algumas formações da floresta amazônica. A espécie tem hábito arbóreo em formações abertas e habito lianescente (semelhante no meio da mata) e apresenta distribuição irregular desde o estado do Amazonas e Maranhão chegando ao sul até o estado de São Paulo e Paraná, Brasil.
Características: Arvore de médio a grande porte, e mais raramente um cipó quando na mata, atingindo 4 a 8 metros de altura com copa arredondada e densa, com folhagem verde escura e perene. O tronco é curto e cilíndrico, com casca quase lisa e de coloração creme esbranquiçado. As folhas são opostas ou subopostas, simples, glabras (sem pelos) em ambas as faces, de textura coriácea (grossa como couro) e discolores (com 2 cores, esbranquiçada por baixo). O limbo ou tecido foliar tem forma elíptica (com mesma largura da base ao ápice), medindo 8 a 16 cm de comprimento por 3 a 6 cm de largura, com base e ápice arredondado; fixada sob pecíolo de 0,4 a 1,6 cm de comprimento. As flores são hermafroditas e nascem em fascículos (pequenos feixes) axilares (nasce nos nós maduros e desfolhados) com 12 a 30 flores de 7 a 11 mm de comprimento de cor creme esverdeada. Os frutos são bagas arredondadas, com 3 a 4,5 cm de comprimento por 3 a 5 cm de largura, com casca amarelada e mais freqüentemente alaranjada com 3 a 5 mm de espessura, envolvendo 4 a 8 sementes oblongas (mais longa que larga), envoltas por arilo cremoso de cor branca e muito doce.
Dicas para cultivo: É planta extremamente adaptável podendo ser cultivada em climas com temperaturas anuais entre 12 a 36 graus, resistindo bem a geadas de até menos 3 graus negativos, frutificando bem em altitudes desde o nível do mar até os 1.400 m de altitude. Em seu lugar de origem as chuvas vão de 1.000 a 2.500 milímetros anuais. Aprecia solos arenosos, férteis, profundos e ricos em matéria orgânica e que tenham rápida drenagem da água das chuvas e pH em torno de 4,5 a 6,0. Pode ser cultivada tanto em pleno sol ou na sombra (onde pode se transformar em cipó) e na beira de riachos onde ocorrem inundações ocasionais. Começa a frutificar com 7 a 10 anos do clima e tratos culturais.
Mudas: As sementes são compridas e meio triangulares, tem coloração creme, e são recalcitrantes (perde o poder germinativo em menos de 1 mês). Após despolpadas e lavadas em água corrente e secas ao sol por 4 horas, recomendo que sejam plantadas diretamente em saquinhos individuais de 20 cm de altura por 8 cm de diâmetro; contendo substrato de 40% de terra, 20% de areia e 40% de matéria orgânica bem curtida. A germinação se dá em 40 a 90 dias, com índice em torno de 60% e as mudas atingem 35 cm com 9 a 10 meses após a germinação.
Plantando: Recomendo que seja plantada a pleno sol num espaçamento 6 x 6 m ou 4 x 4 m se for plantada na sombra no meio de outras arvores. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 2 pás de areia saibro + 6 a 7 pás de matéria orgânica, 500 g de calcário e 1 kg de cinzas aos 30 cm de terra da superfície da cova. Deixar curtir por 2 meses, e depois já se pode plantar na melhor época que vai de setembro a novembro. Após o plantio, irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover e a partir do segundo ano, não precisa se preocupar com irrigação.
Cultivando: A planta cresce lentamente e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se cobrir a superfície com capim seco para manter o solo fresco e úmido e eliminar qualquer erva daninha que possa sufocar a planta. Adubar com 2 a 4 pás de composto orgânico curtido e 30 gramas de NPK 10-10-10. Distribuir os nutrientes em sulcos com 5 a 8 cm de fundura, em círculos a 20 cm do caule no inicio do mês de outubro.
Usos: Frutifica nos meses de Fevereiro a Abril. Os frutos são podem ser consumidos in-natura e são muito doces e saborosos apesar de ter pouca polpa. Os frutos podem ser despolpados e a polpa pode ser usada para fazer suco e fabricar geléias e sorvetes . A planta pode ser cultivada em praças e grandes jardins por ter folhagem perene e fornecer ótima sombra. A Arvore não pode faltar em projetos de revegetação permanente, pois seus frutos alimentam a fauna em geral.
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