NOMENCLATURA e significado: PITAYA vem duma língua indígena e significa “Fruta escamosa”. Também recebe os nomes de: Cacto guarda chuva, Cardo ananas, Dama da noite, Flor da noite, Fruta gelatina, Jaramacarú, Pitaia branca, Pitaia vermelha, Pitera bola e Rainha da noite.
Origem: Nativo das florestas tropicais úmidas da América central, que ocorre desde o México até a Guatemala. No Brasil a espécie ocorre raramente em algumas florestas perenifólias do estado do Ceará, descendo pelo litoral até a Bahia, continuando até chegar ao estado do Paraná.
Características: É uma epífita (que nasce sobre outras plantas) ou rupicola (que nasce sobre rochedos) que cresce até 8 m de comprimento sobre arvores ou forma ramificações sobreposto às rochas. A planta é bastante ramificada e escandente (com ramos que trepam, prendendo-se pelas raízes), formada de ramos de 20 a 40 cm entre nós por 5 a 7 cm de diâmetro trígonos (com 3 lados ou ângulos) com alas de 2 a 3,5 cm de profundidade e artículados (tecido provido de nós ou juntas). As bordas das alas são crenados (com dentes arredondados) com aréolas (orifícios circulares) imersas (afundados) de 2 a 3 mm de diâmetro, distantes 3 a 5 cm entre si, com escasso tomento (lanugem branca) entre 1 a 6 espinhos rígidos, subulados (com a base dilatada) de 1 a 4 mm de comprimento. As flores são solitárias, laterais e perfumadas, só abrindo à noite. O botão floral por abrir é de cor verde a creme, mede 5 a 8 cm de comprimento por 2 a 4 cm de diâmetro, depois de aberta a flor mede de 20 a 35 cm de circunferência, muito destacada pela coloração branca cintilante; formada por pericarpelo (parede do fruto em formação) de 1,8 a 3 cm de comprimento por 2 a 3 cm de diâmetro, com aréolas (orifícios circulares) com escamas basais foliáceas, dispostas em 3 series espirais.
Dicas para cultivo: É resiste a geadas de -4 graus no inverno e suporta temperaturas máximas de até 38 graus no verão, desde que não falte água no pé, pois a Pitaya desidrata facilmente. Pode ser cultivada desde o nível do mar até 1.850 m de altitude, onde o índice de chuvas anuais fique entre 1,200 a 1.900 mm anuais bem distribuídos. Tem crescimento e produção avantajada quando o fluxo de luz fica entre 7 a 10 h diárias e a temperatura noturna fique em 6 a 7 graus mais baixa do que a temperatura diurna, pois a planta tem um metabolismo especial e precisa dessa alternância de temperatura para que o Cam ou (acido das crassuláceas) possa fechar os estômatos (tipos de células de respiração) durante o dia e possa abrir à noite para efetuar a absolvição de carbono. Pode ser cultivada em qualquer tipo de solo profundo, rico em matéria orgânica e que não fique encharcado mais que conserve a umidade.
Mudas: Sementes duras arredondadas, que conservam o poder germinativo por 6 a 8 meses se armazenada em frascos escuros. A germinação ocorre em 40 a 60 dias se plantadas em substrato orgânico e arenoso bem drenado. As mudas atingem 30 cm com 9 a 10 meses após o transplante para embalagens individuais que é feito quando as plântulas tem 8 a 10 cm de altura. As mudas propagadas por sementes iniciam a frutificação em 4 a 5 anos após o plantio. Também pode ser propagada por estacas maduras (com mais de 1 ano) com 30 a 40 cm de comprimento. Estas podem ser plantadas em embalagens individuais, enterrando cerca de 10 cm da base no substrato, mantendo-as em pleno sol e irrigando dia sim, dia não. Mudas de estacas começam a frutificar com 1,5 ano.
Plantando: Recomendo plantar a Pitaya junto ao tronco ou em suportes em baixo do Tamboril (Enterolobium contorsiliquuum), uma arvore de crescimento rápido nativa da floresta semidecidua de todo o país que proporciona sombreamento natural de no máximo 50%, contribuindo para o bom desenvolvimento da Pitaya. No sol pleno se deve usar o espaçamento mínimo de 3 m entre plantas e 4 m entre linhas, abrindo covas de 40 cm nas três dimensões; com os 20 cm de solo iniciais, mistura-se 5 kg de cama de frango bem curtida ou 10 kg de composto orgânico ou esterco bovino bem curtido, mais 250 g de calcário, 200 g de cinzas e 50g de N-P-K 10-4-6. Visto que a Pitaya é uma planta escandente, ela deve ser tutorada, o que geralmente é feito afincando uma estaca de eucalipto tratado de pelo menos 2 m de altura acima do solo ao lado de cada planta, e alguns produtores colocam um ou 2 travessão cruzados, feito com 1 m de ripa ou caibro, fixado na cabeça do mourão por meio de arames ou parafuso longo. A planta é conduzida até o topo por amarração até que suas raízes aéreas se fixem na madeira, de modo a selecionar 8 a 10 brotações laterais que por sua vez bifurquem, ficando cada planta com 16 a 20 ramos produtivos, dando ao mourão a aparência ou estilo de guarda-chuva. A melhor época de plantio é de setembro a outubro. Irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água, não precisando se preocupar com irrigação a partir do segundo ano após o plantio.
Cultivando: A adubação é feita com 5 kg de matéria orgânica bem curtida 2.200 g de cinzas e a cada 2 anos adicionar 150 g de calcário, distribuídos em sulcos ao redor da planta no final do mês de novembro. Quanto ao nitrogênio, basta plantar o amendoim forrageiro (Arachis pintoii) no pomar, pois esta leguminosa produzirá o nitrogênio exigido pela cultura. Quanto a irrigação, só será necessária se o local de cultivo for árido e chover menos de 600 mm anuais ou se houver estiagem no período de floração e frutificação chovendo menos de 80mm mensais nesse período. A poda de frutificação é feita após a colheita dos frutos e consiste em eliminar os artículos que frutificaram ou os ramos que estiverem muito longos, com mais de 2 m de comprimento e aqueles que estiverem impedindo a entrada de luz nos ramos principais.
Usos: Frutifica de janeiro a abril. Os frutos são de belo aspecto e a polpa gelatinosa é ideal para consumo in-natura e quando geladinha é mais refrescante do que qualquer gelatina industrializada. A polpa também serve para temperar saladas de frutas, ou ser usada como recheio de tortas doces e bolos, bem como ainda serve para produzir sucos, musses e sorvetes deliciosos. A polpa vermelha ou violácea de algumas variedades, pode ser utilizada como corante para vários tipos de doces.
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