VIDEIRA DO MATO - CIPÓ BATATA

Uva do Mato: o nome indígena ainda não foi descoberto. Também é chamada de parreira brava, videira brava e mãe boa.

Origem: nativa das bordas de matas semideciduais desde o Maranhão até São Paulo, Brasil. 

Características: Planta trepadora, lenhosa e perene, com ramos alados (com asa) ou estriados (com rugas) e esparso pubérulos (coberto de densos pelos macios). As gavinhas são sempre opostas às folhas. As folhas são trifoliadas (com 3 folíolos) sob pecíolos (haste ou suporte) de 3,7 a 18 cm de comprimento que são alados ou canaliculados (como calha). Na base do pecíolo existem estipulas (tipo de folha modificada) falcadas (forma de foice) e caducas, que ajuda a identificar a espécie.  Na época de seca a planta é facilmente reconhecida por túberas caulinares (parecendo um pepino) que são comestíveis após cozidas. A lamina foliar é obovadas (forma de ovo com a parte larga no ápice) com base cuneada (em forma de cunha) e ápice rômbico (com forma de losango), sendo o folíolo central de maior tamanho. A medida da lamina é de 4,4 a 17 cm de comprimento por 2,7 a 9 cm de largura. As flores surgem em umbelas (cacho em forma de guarda-chuva revirado) com pedúnculo (haste ou suporte) puberulo (com pelos densos macios) de 1,3 a 3,5 cm de comprimento, contendo flores verde-amareladas de 2 a 3 mmde comprimento. O fruto é uma baga oblonga (mais longa que larga) de 1,2 a 1,7 cm de comprimento.

Cultivo: A planta é resistente a geadas de até – 3 graus e a secas com até 5 meses sem chuva. Pode ser cultivada em qualquer altitude, sempre em ambiente sombreado. O solo deve ser profundo, úmido, neutro, com constituição arenosa ou argilosa (solo vermelho) e rico em matéria orgânica. Pode ser cultivada em cercas feitas com 4 ou 6 mourões ou poste de concreto que tenham 2,20 m de comprimento que devem ser fincados numa distancia de 2,5 m entre mourões. As covas para se fincar os mourões devem ter 60 cm de profundidade de modo que sobre 1,60 na altura, aonde se deve fixar 4 ou 5 arames com 30 a 40 cm de distancia um dou outro. Depois deve-se fazer uma malha passando arames nº 18 a 40 cm de distancia no sentido vertical. Depois de pronta a parreira, fazer uma ou 2 covas de cada lado e na hora de plantar a muda (melhor época é de outubro a dezembro) se deve fincar uma taquara para guiar a planta.

Mudas: As sementes são oblongas (mais longa que larga) de coloração marrom e lisa. Conservam o poder germinativo por até 5 meses depois de despolpadas e secas ao sol por um período de 5 horas. Germinam em 40 a 70 dias, se plantas em substrato feito de 50% de terra vermelha e 50 % de matéria orgânica bem curtida. As mudas atingem 30 cm com 6 meses no viveiro. A planta também reproduz-se facilmente por estacas lenhosas ou maduras com 25 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro que devem ser plantadas na primavera. As plantas iniciam frutificação com 1 a 2 anos após o plantio.

Plantio: As covas devem ter 50 cm nas três dimensões e ser preenchidas principalmente com folhas em decomposição + 1 kg de cinzas, 500g de calcário e 8 kgde esterco bem curtido. Pode ser plantada num espaçamento de 3 x 3 m ou 4 x 4 m entre plantas. Após o plantio irrigar com 10 l de água, depois repetir a mesma irrigação a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.

Cuidados: Deve-se observar o crescimento dos ramos e guiá-los até a malha de arame aonde as gavinhas vão se prender naturalmente. A cada 3 anos é bom fazer uma poda de limpeza tirando o excesso de ramos sobre a parreira. Adubar anualmente no inicio do verão com composto orgânico, pode ser 4 kg de composto orgânico bem curtido + 20 gr de N-P-K 10-10-10, distribuindo apenas na coroa do pé da planta, distanciados a 20 cm do caule.

Usos: Frutifica de fevereiro a abril. Os frutos maduros são roxos ou negros de sabor adocicado e adstringente, são comestíveis e dão uma bebida semelhante ao vinho. Os frutos in natura picam a língua e a garganta por conterem oxálico de cálcio. As folhas são comestíveis depois de cosidas A planta é muito ornamental devido aos grossos cipós alados.