Oiti de Ema

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: O nome indígena e sua etimologia ainda não foi descoberta. Também recebe o nome de Oiti de Ema, Fruta de Ema e Maçazinha do cerrado.

Origem: Nativa do cerradão ou dos campos onde o solo é bem arenoso, aparecendo nas regiões do centro-oeste e sudeste, parte norte do Paraná e no cerrado do Pantanal mato-grossense, Brasil. 

Características: planta arbustiva atingindo 50 cm a 1 m de altura em terrenos fracos ou arbórea atingindo a 4 a 6 m de altura em terrenos fortes. O tronco é de cor de acinzentada com casca grossa, suberosa e com fissuras (rugas e entranhas) profundas e torcidas. Os galhos e ramos dessa espécie são muito secos e se quebram facilmente. Os ramos terminais têm coloração castanha e são glabros (sem pelos). As folhas são simples, alternas, coriáceas (de textura rijas) e facilmente identificadas por terem 1 par de estipulas (tipo de folha modificada) lineares n(fina como linha) na base do pecíolo (haste ou suporte) que mede 3 a 5 mm de comprimento. A lamina foliar mede 4,5 a 6 cm de comprimento por 1,8 a 2,5 cm de largura, tem base obtusa (arredondada) ou cuneada (em forma de cunha) e ápice agudo ou apiculado (com ponta curta). As flores nascem em paniculas (tipo de cacho com forma indeterminada) terminais com minúsculas flores com cálice (invólucro externo) esverdeado e corola (invólucro interno) esbranquiçado. Os frutos são drupas de 2 a 3,2 cm de comprimento com uma única semente cilindrica.

Dicas para cultivo: Arvore de crescimento lento no primeiro ano, crescendo mais vigorosamente a partir do terceiro ano. Aprecia solos vermelhos e bastante arenosos. Gosta de terrenos altos com rápida drenagem da água das chuvas, que tenha pH acido de 4,6 a 5,0. A planta é resistente a secas de 5 meses ou mais e geadas de até -3 grau. Pode ser cultivado em todo o Brasil.

Mudas: Sementes são grandes, de cor pardacenta, protegidas por uma casca fina e dura que precisa ser escarificada ou cortada a ponta (local onde tinha o cabinho do fruto) para permitir a entrada da água e germinação da semente. As sementes secas e limpas podem ser armazenadas em frascos escuros e bem tapados por até 1 ano. A germinação inicia na primavera e leva de 60 a 150 dias se plantadas em substrato feito de 30% de areia saibro, 40% de terra vermelha de barranco e 30% de composto orgânico bem curtido. É bom plantar as sementes individualmente nos saquinho com 15 cm de largura e 30 cm de altura, pois essa espécie não tolera o transplante. As mudas atingem 30 cm com 12 a 15 meses após a germinação. Inicia a frutificação com 5 a 6 anos.

Plantando: Recomendo que seja plantada a pleno sol num espaçamento 5 x 5 m se o solo for fértil. As covas devem ter 50 cm de largura, profundidade e altura. Deve-se misturar com os 30 cm de solo fértil iniciais, uma lata de 18 l de areia saibro + 6 kg de esterco bem curtido, 200 g de calcário e 1 kg de cinza de madeira. Deixar curtir por 2 meses e fazer o plantio entre outubro a dezembro. Depois é só irrigar 10 l de água após o plantio a cada 15 dias se não chover.

Cultivando: A planta cresce lentamente e não necessita de cuidados especiais. Fazer poda de formação e eliminar as brotações que surgirem na base do caule. Adubar somente a partir do quarto ano. Usar composto orgânico, pode ser 5 kg composto orgânico curtido (meio a meio de folhas e esterco de gado) + 30 g de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 3ª ano. Distribuir os nutrientes à 5 cm de profundidade, em círculos distanciados à 30 cm do tronco.

Usos: Frutifica de Janeiro a Março. A árvore tem potencial apícola para abelhas nativas, pelo fato de florescer em no inicio da primavera quando quase não há flores. O fruto tem gosto de Maçã verde com cocada branca, é ótimo para ser consumido in-natura. As sementes também são comestíveis e muito nutritivas. É Uma espécie rara que dificilmente se encontra hoje; por isso é muito importante cultivar e preservar.