sexta-feira, 5 de abril de 2019

Taiuva comum e Taiuva açú




NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: TAIÚVA vem do tupi guarani e significa “Fruta ou árvore do leite amarelo” visto que tanto os frutos ou o tronco e galhos feridos exsudam um látex amarelado. Também recebe o nome de Amora branca, Amora de espinho, Amora do mato, Amora amarela, Amora brava, Apé, Jataiúba, Limorana, Taiúba, Tajuba de espinho, Tajuvão, Tatané, Tatajuba, Tatarema.

Origem: nas formações de floresta estacional e decidual montana e submontana, ;a floresta ombrófila mista (floreta de araucária); Nas vegetações de Serras do Nordeste, no Pantanal e nos Cerradões. A Taiuva também pode ser encontrada no México, Bolívia, Costa Rica, Colômbia, Equador, Peru e na Argentina e no Paraguai.

Observações: ambas as subespécies ocorrem nas formações acima mencionadas mais raramente são distinguidas em coletas. A Taiúva comum (Maclura tinctoria var. tinctoria) apresenta plantas mais espinhentas e folhas menores e com ápice longo acuminado e inflorescências masculinas com 3 a 7 cm de comprimento e a inflorescência feminina com 6 a 12 mm de diâmetro; diferindo-se da Taiúva Açu (Maclura tinctoria var. mora) que apresenta menos espinhos na planta, folhas maiores e ápice curto acuminado e inflorescência masculina com 3 a 4 cm e inflorescência feminina globosa com 10 a 15 mm de comprimento. Esta ultima é mais rara e é mais comum no Mato Grosso do Sul, Norte do Paraná e São Paulo, aparecendo mais expressivamente na Bolívia e Argentina. 

Características: Arvore dióica (com flores masculinas e femininas em plantas separadas) que pode atingir 37 metros de altura e 100 cm de diâmetro do tronco em florestas virgens, mais normalmente se encontram arvores de 6 a 20 metros, com tronco de 40 a 60 cm de diâmetro. Quando jovem o tronco apresenta espinhos de até 5 cm de comprimento e a casca é cinza clara a amarelo esverdeada, lisa e com leves fissuras ou ranhuras lenticeladas (com pequenas ondulações). A copa é larga e irregular, às vezes as pontas dos galhos chegam a poucos metros do chão, chegando a medir de 5 a 15 metros de diâmetro. A ramagem jovem tem suas gemas cobertas por estipulas (uma lamina de proteção na base dos pecíolos ou hastes) pontiagudas e esverdeadas com 5 mm de comprimento. As folhas são simples, alternas, oblongas (mais longa que larga) distribuídas em fileiras entrepostas, com base um pouco cordada (semelhante ao coração), a partir do meio até a ponta tem forma lanceolada (semelhante à lança) e o ápice ou ponta é acuminada (termina em ponta fina e aguda). O pecíolo ou haste mede 0,4 a 1 cm de comprimento, a folha tem textura cartácea (de cartolina) e mede 5 a 15 cm de comprimento por 2,5 a 5 cm de largura com margem serreada ou dentada e as nervuras são amareladas com numerosos pontinhos glandulosos e transparentes. O fruto é um policarpo (fruto composto por pequenas glândulas carnosas) e tem formato globoso e irregular com coloração verde amarelada com 1,5 a 2 cm para a variedade tinctoria e 2 a 3,5 cm de diâmetro para a variedade mora, chegando a pesar de 07 a 16 gramas. A polpa contém látex açucarado que envolve de 10 a 35 sementes achatadas de cor marrom clara de 1 mm de diâmetro.

Dicas para cultivo: Planta de clima subtropical, mais resiste a climas de maior altitude onde ocorrem geadas de até – 3 grau. Também é muito resistente a secas. Pode ser cultivada em todo o Brasil, em qualquer altitude; adapta-se bem aos solos arenosos ou argilosos e vermelhos que sejam profundos, com pH de acido a neutro e com boa quantidade de matéria orgânica dissolvida. Por ser dióica, recomendo que seja plantada pelo menos 3 arvores.

Mudas: As sementes são minúsculas e perdem o poder germinativo rapidamente. É melhor plantar em jardineiras (com 40 cm de comprimento, 20 cm de largura e 18 cm de altura) preenchidas com substrato feito de 40% de areia 20% de terra e 40% de matéria orgânica bem curtida. A germinação se dá em 30 a 45 dias e as plântulas devem ser transplantadas para embalagens individuais quando atingirem 10 cm de altura. As mudas crescem rápido e atingem 40 cm com 5 a 7 meses. A frutificação inicia-se com 4 a 6 anos, dependendo do solo e tratos culturais.

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol ou em reflorestamentos mistos para aproveitamento da madeira e dos frutos que alimentam diversos pássaros. No pomar planta-se num espaçamento de 7 x 7 m se o objetivo é formar arvores; se objetivo é ter a planta como fruteira plante num espaçamento de 4 x 4 m e depois elimine as plantas masculinas. As covas devem ter 50 cm nas três dimensões e ser preparadas com 6 a 7 pás de esterco bem curtido + 500g de cinzas de madeira e 700 g de calcário. O plantio é feito a partir de outubro e após o plantio irrigar com 10 l de água por semana nos primeiros 2 meses e cobrir a superfície da terra com capim seco ou serragem para manter a umidade.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco, caso deseje que a arvore cresça ou caso prefira que produza uma copa arredondada, pode o broto terminal quando a planta estiver com 2,50 m de altura e faça podas anuais no inverno modelando a arvore como quiser. Adubar com composto orgânico, pode ser (6 litros) cama de frango + 50 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano.

Usos: Frutifica nos meses de dezembro a janeiro. Os frutos maduros adquirem a coloração amarelo esverdeado, são muito doces, com sabor forte e agradável. Podem ser consumidos in-natura e na forma de sucos e doces. A arvore não pode faltar em projetos de revegetação pois seus frutos são fonte de alimento para diversas espécies de pássaros e animais.

Um comentário:

  1. poderia me informar qual o tempo de poder germinativo das sementes? tempo exato?

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