sexta-feira, 5 de abril de 2019

Mapatí ou Pouroma




NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: POUROMA vem do Tupi, e significa ”Arvore que ronca” e se pode observar isso quando está ventando. Também é chamada de Mapatí, Uva da Amazonia, Embaúba de vinho, Embaúba de Uva Taranga preta e Cucura.

Origem: Originaria da floresta amazônica na parte ocidental do estado da Amazônia, Brasil; aparecendo também no estado do Acre, e nos países visinhos do Peru e Colômbia. 

OBSERVAÇÕES: Apesar de ter cultivado essa espécie até a sua frutificação no Sitio Frutas Raras, os meus exemplares morreram devido a geadas fortíssimas no inverno de 2.011. Por isso estou a procura de mudas ou sementes dessa espécie de outra origem e quem sabe possa adaptar e se tornar resistentes a geadas. Também procuro por mudas ou sementes da Taranga da mata atlântica (Pourouma guianensis) 

Características: Árvore de porte pequeno, atingindo 4 a 6 metros quando cultivada, podendo atingir até 15 m de altura quando no hábitat de origem. Geralmente tem tronco único e cilíndrico com casca áspera de cor cinza claro e marcado pelas cicatrizes das estipulas e pecíolos (haste ou suporte) caídos. A copa tem forma de taça ou de guarda-chuva e muitas vezes pode ser confundida com outras espécies de embaúbas do gênero Cecropia. As folhas são alternas ou em espiral e agrupada no ápice dos ramos, estando fixada por pecíolos (haste ou suporte) cilíndricos com base larga, medindo 20 a 55 cm de comprimento. O broto terminal é protegido por uma estipula (tipo de folha modificada), caduca (que cai) de cor ferrugínea esverdeada de 10 a 15 cm de comprimento. A lamina foliar é palmadamente lobada (com recortes arredondados) com 7 a 12 lobos (semelhante a dedos) oblanceolados (com forma de laça invertida) de 25 a 40 cm de comprimento por 6 a 16 cm de largura, tendo textura áspera e o dorso esbranquiçado e prateado. As flores são dióicas ou seja, as masculinas em uma planta e as femininas em outra planta e nascem em panículas longas protegidas por uma bráctea enrolada e que depois de aberta mede 10 a 15 cm de comprimento. Os frutos são drupas arredondadas de 2 a 4 cm de diâmetro com casca vinacea quando madura e polpa gelatinosa, adocicada e translúcida envolvendo uma semente longa com ponta triangular.   

Dicas para cultivo: Planta de clima tropical, quente e chuvoso, crescimento rápido e que aprecia qualquer tipo de solos com boa fertilidade natural e rápida drenagem da água das chuvas. Espécie muito sensível a geadas inferiores a 0 grau. Por isso em climas subtropicais onde ocorre geadas, recomendo que a espécie seja plantada na sombra ou embaixo da copa de arvores grandes para ser protegida de geadas. A planta frutifica abundantemente em pleno sol, mais não deve faltar água na época da florada e granagem dos frutos. Começa a frutificar com 4 a 6 anos a depender do clima e tratos culturais. Também pode ser cultivada na sombra onde frutifica razoavelmente.

Mudas: As sementes são grandes com 1,5 cm de comprimento por 7 a 10 mm de largura; são recalcitrantes (perdem o poder germinativo se forem secadas) e germinam em 30 a 40 dias se plantadas em substrato de 40% de terra vermelha, 40% de matéria orgânica e 20% de areia. Recomendo plantar 1 ou 2 sementes assim que colhida, diretamente em sacos individuais com 10 cm de largura e 25 cm de altura. As mudas devem ser formadas na sombra e atingem 30 cm com 10 a 12 meses de vida quando cultivada em clima subtropical.

Plantando: Recomendo que seja plantada a pleno na sombra de outras arvores onde podem ocorrer geadas, num espaçamento 3 x 3 ou 4 x 4  m em covas abertas com no mínimo 2 meses antes do plantio, estas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 30% de areia saibro + 6 a 8 pás de matéria orgânica aos 30 cm de terra da superfície da cova; misturando junto + 500 g de calcário e 1 kg de cinzas de madeira. A melhor época de plantio é outubro a novembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover.

Cultivando: A planta cresce rápido e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se cobrir a superfície com capim cortado e eliminar qualquer erva daninha que possa sufocar a planta. Deve-se fazer podas de formação da planta eliminando ramos e brotos que nascerem no tronco e as folhas velhas ou resequidas. Adubar no mês de outubro ou novembro, com 4 kg de composto orgânico feito de esterco de galinha curtido e 30 gramas de NPK 10-10-10. Distribuir os nutrientes à 5 cm superficialmente a 30 cm do caule no inicio do mês de outubro.

Usos: Frutifica nos meses de dezembro a fevereiro. Os frutos são deliciosos para serem consumidos in-natura e tem gosto que lembra sabor de vinho doce ou suco de uva. Os frutos também podem ser utilizados para fazer sucos, doces, rechear bolos e sorvetes. A arvore pode ser cultivada como ornamental e é ótima para fazer sombra onde o clima é tropical e livre de geadas. Na região amazônica a espécie não pode faltar em projetos de revegetação pois sua produção precoce (2 anos na amazonia) de frutos alimenta a fauna em geral.

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