Muriri vermelho

NOME INDIGENA: MURIRI vem de uma língua indígena das Guianas, mais a etimologia ou significado ainda não foi descoberta. Também é chamado de Gurgurí, Murta da restinga, araçarana, Murrirí e Ururí.

Origem: Espécie de vasta distribuição, ocorrendo nem solos arenosos da restinga deste o estado do Amapá até o Rio de Janeiro, aparecendo também próximos aos rios amazônicos, Brasil. 

Características: Arvore de médio porte que cresce de 3 a 9 m de altura, com tronco curto com casca fissurada (com rugas) no sentido vertical e de coloração pardacenta. A copa é arredondada e folhosa sendo facilmente reconhecida por terem folhas lustrosas e brilhantes e desuniforme e os ramos novos são glabros (sem pelos) e de coloração amarronzada. As folhas são simples, opostas, cartáceas (de consistência igual a cartolina), elíptica (com mesma proporção de largura) e ovada, medindo 3 a 7 cm de comprimento por 2 a 4 cm de largura, com base obtusa (arredondada) e cordiforme (como coração) e ápice agudo. Essa espécie pode ser facilmente identificada por se observar o pecíolo (haste ou suporte que é muito curto, medindo no máximo 3 a 4 mm. As flores nascem nos ramos maduros em cimeiras (tipo de cacho curto) com 3 a 5 flores com cálice campanulado (como sino), penta lobado (com 5 recortes), com lobos acuminados (com ponta longa) e 5 pétalas rosadas com ápice agudas. Os frutos são bagas arredondadas com casca fina e de cor alaranjada ou avermelhada quando madura, contendo polpa agridoce que recobrem 1 semente ovóide de coloração creme.

Dicas para cultivo: Planta de crescimento rápido em clima tropical e lento em climas subtropicais, apreciando solos com cerca de 30 a 60% da consistência arenosa e que tenham rápida drenagem da água das chuvas, com pH acido, por volta de 4,6 a 5,7. Depois que a muda atinge uns 50 cm ela pode resistir a geadas leves de até -1 grau, queimando os ponteiros que rebrotam na primavera. Por isso nos 3 primeiros anos de plantio convém proteger a planta cultivada no campo cobrindo-a com uma lona ou saco de cereal durante o período de maior risco de geadas. A planta prefere ser cultivada a pleno sol e é bom plantar 2 mudas para que haja polinização cruzada e melhor frutificação.

Mudas: As sementes são pequenas e semelhantes a um grão de soja e conservam o poder germinativo por no máximo 3 meses após colhida. Convém semear logo que colhidas, colocando 1 semente por saquinho (22 cm de altura por 7 ou 8 cm de largura) contendo substrato feito de 30% de terra vermelha, 40% de areia saibro e 30% de matéria orgânica bem curtida. A germinação se inicia com 45 dias e se estende até os 70 dias. As mudas crescem lentamente e atingem 20 a 30 cm com 9 a 12 meses de idade.

Plantando: Recomendo que seja plantada a pleno sol num espaçamento de 5 x 5 m. Fazer covas grandes e com pelo menos 40% de composto orgânico bem curtido, 30% de areia branca de rio e pelo menos 500 gramas de cinza de madeira. Melhor época de plantio é novembro a janeiro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover. A planta inicia a frutificação com 4 a 5 anos após o plantio a depender do clima e praticas culturais.

Cultivando: A planta tem crescimento lento nos 2 primeiros anos e não necessita de cuidados especiais, apenas as covas devem ser profundas, pois a planta tem raiz pivotante ou profunda. Fazer podas de formação somente a partir do terceiro ano, eliminando os brotos e ramos da base e aqueles que cruzam ou estão voltados para dentro da copa. Adubar somente a partir do segundo ano com composto orgânico, pode ser 2 pás de cama de frango bem curtida + 30 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano. Distribuir os nutrientes à 5 cm de profundidade, em círculos distanciados à 10 cm do tronco.

Usos: Frutifica de dezembro a abril. Os frutos podem ser consumidos in-natura quando bem maduros. Com a polpa também dá para fabricar geléias, sucos e sorvetes. As flores produzem néctar e pólen para as abelhas e a arvore pode ser cultivada com sucesso como ornamental e na arborização de praças e ruas.