segunda-feira, 1 de abril de 2019

Curriola do cerrado




NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: CURRIOLA ou CURRIOBA vem do Tupi, e significa ”Fruta que deixa escorrer leite”. Também é chamada de Abiu-carriola,Leiteiro preto, Grão de Galo, Pitomba de Leitte e Guapeva pilosa.

Origem: Espontânea de vários ecossistemas do cerrado, aparecendo nos campos, campos sujos, no cerradão e nas matas de galeria presentes nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, e Tocantins, Brasil. 

Características: Arvore muito lactescente (com leite pegajoso), com copa aberta, crescendo de 4 a 8 metros na natureza. Os galhos tem formação de leque e são bem distribuídos entre . O tronco geralmente é cilíndrico, porém retilíneo (direito), medindo 20 a 40 cm de diâmetro; com casca acinzentada, com fissuras verticais continuas e quadriculadas. Os ramos terminais e gemas tem coloração ferrugínea. As folhas são inteiras, alternas, espiraladas, coriáceas (rijas como couro), reunidas no ápice dos ramos (em falsos verticilos) com nervuras bem evidentes por causa da cor diferenciada (creme ou esbranquiçada) em ambas as faces. A lamina é oblonga (mais longa que larga) a ovada (com forma de ovo), medindo 7 a 16 cm de comprimento por 4 a 8 cm de largura, com base arredondada e ápice apiculado (com ponta curta. As flores surgem aglomeradas nos ramos maduros e galhos com diâmetro inferior a 3 cm e são sésseis (sem cabinho), em numero de 3 a 12 flores. Estas medem 8 a 10 mm de altura, e tem 4 pétalas arredondadas de coloração esverdeada. Os frutos são bagas piriformes ou ovadas de 3 a 5 cm de diâmetro com casca glabra (sem pelo) de cor amarelo esverdeada, com polpa amarelada sem leite e com delicioso sabor de pequi e marolo (bem doce) abrigando apenas 1 semente lisa e de cor clara.

Dicas para cultivo: Planta de crescimento lento na faze juvenil, que aprecia qualquer tipo de solo com alguma textura arenosa, podendo ser fracos ou com boa fertilidade natural, que sejam profundos e de rápida drenagem da água das chuvas. Pode ser cultivada em todo o Brasil, em qualquer altitude; pois é extremamente adaptável a secas prolongadas e a geadas leves de até - 3 grau. A planta frutifica abundantemente em pleno sol, mais não deve faltar água na época da florada e formsação dos frutos. Começa a frutificar com 6 a 8 anos a depender do clima e tratos culturais. Em solos somente arenosos a planta frutifica a cada 2 anos.

Mudas: As sementes são oblongas (mais longa que larga) com casca clara e lisa e com cicatriz no seu comprimento, medindo 3 cm de comprimento por 1 cm de largura. São recalcitrantes (perdem o poder germinativo se forem secadas), por isso devem ser plantadas logo que despolpadas, colocando 1 semente por embalagem individual contendo substrato de 40% de terra vermelha, 30% de matéria orgânica e 30% de areia branca. A germinação se inicia com 40 a 60 e tem percentual médio de 90% para sementes frescas. As mudas devem ser formadas em pleno sol e atingem 30 cm com 10 meses de vida.

Plantando: Recomendo que seja plantada a pleno sol num espaçamento 5 x 5 (em climas subtropicais) ou 7 x 7 m (em climas tropicais) em covas abertas com no mínimo 2 meses antes do plantio, estas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 2 pás de areia de rio + 6 pás de matéria orgânica aos 30 cm de terra da superfície da cova; misturando junto + 500 g de calcário e 1 kg de cinzas de madeira. A melhor época de plantio é outubro a novembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover, tomando esse cuidado nos primeiros 6 meses após o plantio.

Cultivando: A planta cresce lentamente nos primeiros 2 anos após o plantio e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se cobrir a superfície com capim cortado e eliminar qualquer erva daninha que possa sufocar a planta. Deve-se fazer podas no fim do inverno, visando a formação da planta, eliminando ramos e brotos da base e todo o excesso de ramos que nascerem voltados para o interior da copa. Adubar com 3 pás de composto orgânico feito de esterco de galinha curtido e 30 gramas de NPK 10-10-10, dobrando a quantidade até o quarto ano, depois é só manter consecutivamente. Distribuir os nutrientes à 5 cm superficialmente a 20 cm do caule no inicio do mês de agosto ou setembro.

Usos: Frutifica nos meses de janeiro a março. Os frutos são deliciosos e tem sabor doce e agradável que lembra o Marolo (Annona crassiflora) e o Pequi (Caryocarbrasiliensis), sendo ótima para o consumo in natura e por ser resistente, pode ser comercializada com facilidade. O fruto pode ser despolpado e a polpa utilizada para fazer sorvetes, sucos, doces, recheios de bolo ou bolachas etc... A árvore não deve faltar no pomar de um colecionador de frutas e em projetos de reflorestamentos, pois seus frutos alimentam diversas espécies de animais.

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